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Mostrando postagens de 2008
Cleópatra, de Júlio Bressane CLEÓPATRA Julio Bressane. Brasil. 120 minutos. Alessandra Negrini, Miguel Falabella, Bruno Garcia. Júlio Bressane formou com Rogério Sganzerla o movimento do Cinema Marginal no Brasil. Filmes de baixíssimo orçamento, por muitas vezes experimentais, crus. Linearidade e narrativa simples não fazem parte deste mundo, que é composto de muita pesquisa estética e de linguagem cinematográfica. É a partir deste ponto de vista que devemos pensar Cleópatra de Bressane. Este filme não é apenas a história da 7ª Cleópatra que governou o Egito e se matou com uma picada de cobra. Contar a história da rainha parece ser uma preocupação menor de Bressane diante do que ele nos apresenta. Antes de discutirmos o filme, é interessante ressaltar que o diretor levou cerca de 15 anos estudando o mito para fazer o roteiro. Isso quer dizer que o filme não nasceu da noite para o dia, mas foi fruto de muita pesquisa. Além disso, o roteiro é uma co-autoria entre Bressane e sua mulher, R
Um Beijo Roubado Um Beijo Roubado (My Blueberry Nights) – Wong Kar-Way (Diretor e Co-roteirista) China, França, EUA - 2007 / 90 minutos Quando se pensa em Wong Kar-Way, duas coisas vêm à mente: Romance e Beleza. Seus filmes falam de amor, e o fazem de uma forma muito bela, esteticamente apurada. Sua alma oriental está sempre impressa em seus filmes. Os planos têm duração diferenciada, as cenas têm menos planos, o ritmo é outro. Para ter conhecimento disso, basta assistir “2046”, “Amor à flor da pele” ou “Felizes juntos”, seus últimos grandes sucessos. Um Beijo Roubado é também um filme de amor. Mas não apenas isso, porque através da ótica da Elizabeth, temos contato com diversas realidades diferentes, diversos personagens diferentes, histórias, angústias, diferentes entre si. O filme conta a história de dois jovens: uma garota (Norah Jones, no papel de Elizabeth) que levou um fora do namorado e, depois de relutantemente desistir dele, sai pelo mundo para se descobrir; e o dono de um ba
L'avventura L’avventura (Itália/França, 1960, 145 minutos, preto e branco, Michelangelo Antonioni) é um filme que conta a história do desaparecimento de Anna e do envolvimento do seu namorado Sandro com sua melhor amiga, Cláudia. Um drama leve, envolto em mistério, que nos fala um pouco das relações humanas, principalmente das relações entre homem e mulher. A primeira relação a que temos contato é a de Anna e seu pai. Apesar da filha ser uma mulher feita, ele não aceita bem ser deixado só num fim de semana por um namoradinho, e deixa claro que o rapaz (Sandro) nunca vai casar com ela. Ela também é dependente do apreço do pai, mas já o conhece, e não se deixa levar pelo drama. E ele ama muito a filha, o que pode ser notado pelo modo como se comporta com relação ao desaparecimento dela. Anna é uma mulher independente, filha de um diplomata rico, aparentemente não trabalha, e que namora um arquiteto que passa muito tempo navegando. É uma mulher que está insatisfeita com esta distância

Análise: "Teorema", de Pasolini

te.o.re.ma sm (gr theórema) Qualquer proposição que, para ser admitida ou se tornar evidente, precisa ser demonstrada. - Dicionário Michaelis O filme de Píer Paolo Pasolini, feito na Itália em 1968, com duração de 105 minutos, gira em torno de 6 personagens: Um rico industrial, sua mulher, sua filha, seu filho, a empregada da casa e um visitante misterioso. A história fala da mudança na vida deste núcleo familiar a partir da chegada de um homem que seduz a todos. O filme não é linear. A primeira cena, de abertura, mostra o resultado de uma das últimas cenas. Vemos um repórter entrevistando proletários que ganharam do patrão (Paolo) a fábrica em que trabalhavam, ação esta que ocorre apenas no final do filme. Esta, assim como outras cenas, são deslocadas temporalmente, porque o importante neste filme não é a linearidade, mas a mensagem de Pasolini. O visitante é anunciado por um carteiro, de nome Angelino, via telegrama. Da mesma forma, o visitante vai embora, a partir de uma carta. O ca